Desafios e Luta: A Importância da Celebração do Orgulho LGBTI+ no Brasil
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Por Céu Câmara – Estagiária de Serviço Social
No mês de junho se celebra o orgulho LGBTI+, que, para além de uma comemoração, é um importante marco histórico na luta política contra a discriminação e o preconceito que esta população sofre diariamente no nosso país.
O Brasil continua sendo o país que mais mata pessoas LGBTI+ [FP1] no mundo[1]. No ano de 2022, foram mais de 250 casos notificados. Isto nos acende um alerta importante: nosso país não acolhe a diversidade humana, pelo contrário, é bastante hostil a ela, apesar de a constituição brasileira preconizar o “bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (Constituição Federal de 1988).
Esta realidade é ainda mais cruel se considerarmos a população Trans e Travesti. De acordo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), ano passado “tivemos pelo menos 131 assassinatos de pessoas trans, sendo 130 travestis e mulheres transexuais e 1homem trans/pessoa transmasculina” (ANTRA, 2023). Este dado é alarmante e, infelizmente, perpetua há quatorze anos consecutivos o título brasileiro de país que mais mata pessoas trans [2]. Além dessa brutalidade, no conjunto das relações sociais, diversos direitos são negados a pessoas trans e travestis como: acesso à cidadania por meio da documentação básica de acordo com a identidade de gênero; acesso aos direitos em saúde e assistência social; acesso à escolarização básica e à educação superior; acesso à oportunidade no mercado formal de trabalho, restando atividades precárias e de pouco retorno financeiro; acesso à segurança pública; dentre outros inacessos.
A Fundação Gol de Letra acredita que a construção de uma sociedade mais igualitária e justa parte da luta pela ampliação dos direitos e da cidadania de grupos historicamente marginalizados, como a população LGBTI+. Dessa forma, entendemos que é importante sempre levar em conta a diversidade nas nossas ações institucionais, tanto interna, quanto externamente. O respeito, a dignidade e a defesa dos direitos humanos são valores inegociáveis. Compondo a rede socioassistencial do Caju, nossa diretriz sempre será a da proteção social.
Nesta direção, unindo práticas educacionais e de assistência social, buscamos defender, garantir e promover os direitos de pessoas LGBTI+. Atuamos pela viabilização de acessos, de permanências, e de contribuições junto aos percursos e trajetórias dessa população. Afinal, consideramos ser justa toda forma de amar, de ser e de existir em sociedade. Este é um direito de todes.
[1] https://agenciaaids.com.br/noticia/brasil-continua-sendo-o-pais-que-mais-mata-pessoas-lgbts-no-mundo-revela-estudo-do-grupo-gay-da-bahia/
[2] https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2023/01/26/mortes-pessoas-trans-brasil-2022.htm
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