A experiência de vivenciar o maior evento esportivo do mundo está se tornando realidade para quatro jovens da Fundação Gol de Letra: Isabella Gonzaga (SP), Bárbara dos Santos (SP), Matheus Ferreira (RJ) e Mauro Casemiro (RJ) embarcaram para a Rússia no dia 25 de junho para o Festival Fundação FIFA, evento oficial da FIFA que busca promover mudanças sociais em todo o mundo, por meio de apoio a iniciativas que utilizam o futebol ou o esporte como ferramenta de educação e desenvolvimento. Além dos quatro monitores, a educadora Elisiane Vieira e o coordenador de projetos Edgard Arantes também fazem parte da delegação.

“O poder do esporte é transformador. Por isso, quero aprender muito com essa experiência e trazer muita coisa para o Brasil e para a Fundação Gol de Letra”, conta Barbara dos Santos, de 18 anos. Moradora da Vila Albertina, em São Paulo, Babi, como é chamada pelos amigos e em campo, aprendeu desde cedo a vencer desafios. Um deles foi o preconceito. “Enfrentei preconceito por gostar de jogar futebol desde cedo. Mas consegui ignorar a resistência. Sempre tive total apoio da minha família e não vou desistir dos meus sonhos. Pretendo fazer faculdade de educação física e abrir uma escola de esporte para crianças”, planeja a jovem que gosta de jogar na posição de lateral ou ala e entrou para Fundação aos 10 anos, onde hoje é uma das monitoras.

O Festival reunirá 48 delegações de várias partes do mundo formadas por jovens (homens e mulheres) com idades entre 15 e 18 anos. Na agenda do evento está prevista uma série atividades culturais e educacionais, incluindo jogos de futebol, apresentações culturais, workshops de capacitação e sessões de desenvolvimento social com exemplos de melhores práticas no uso do futebol como ferramenta de desenvolvimento em áreas como inclusão social, prevenção do HIV/AIDS, direitos das crianças, habilidades para a vida e liderança jovem.

“Desenvolvemos um projeto com o apoio da Fundação FIFA desde 2014. E agora, participar desse evento é uma grande oportunidade de troca intercultural para jovens de várias nações. É um encontro mundial que mostra o quanto o esporte pode promover mudanças sociais, levar cidadania, incentivo e desenvolvimento para a sociedade”, explica Edgard Arantes, coordenador pedagógico da Fundação e líder da delegação que vai à Rússia.

A preparação para viajar pela primeira vez ao exterior deixou Matheus Ferreira, de 17 anos, morador do bairro do Caju, no Rio de Janeiro, animado. “Eu contei os dias! Nunca esperei ter uma oportunidade dessa. É muito bom poder fazer parte de um trabalho que incentiva o esporte e a educação no Brasil”, diz o jovem que é um dos monitores da instituição no Rio e mesmo com uma deficiência em uma das pernas é praticante de esportes e apaixonado por futebol. “O esporte hoje é a minha vida. Aprendi e aprendo muito todos os dias e quero passar esse conhecimento para outros jovens da minha comunidade e de outros lugares”, explica Matheus, que em campo tem o apelido de Neuer, em referência ao goleiro alemão Manuel Neuer, conhecido por suas ousadas saídas do gol.

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