Felipe Pitaro, gerente da Fundação Gol de Letra Rio.

Vem aí mais uma Copa do Mundo de Futebol masculino do Catar. Para nós, brasileiros pentacampeões do mundo, é mais uma oportunidade de afirmação da grandeza de nosso esporte e habilidade, além do exercício de renovação do nosso amor pelo país. Para o mundo é mais um espetáculo do esporte, uma oportunidade de reencontro mundial depois da pandemia de Covid 19.

A Copa do Mundo de Futebol masculino tem uma espécie de fascínio, mesmo em se tratando de uma única modalidade esportiva. Nas Copas nascem ídolos, jogadores heroicos, jogadores odiados, conquistas únicas de países; as partidas geram admiração, competitividade, rivalidade, sofrimento, união, são vozes e corações gritando e batendo em tensão absoluta.

A comoção é tão grande e significativa que nos permite generalizar seu alcance e impacto. O vídeo oficial da Copa de 1994, por exemplo, tem o expressivo nome de “Todos os Corações do Mundo”, deixando claro que não é só futebol, vai além disso, trata-de de entrega, identidade e um tipo muito especial de amor.

Nossa ligação com esporte é profunda e está no berço da Gol de Letra, sobretudo com o futebol, embora nunca tenhamos nos tornado um centro de treinamento ou escolinha da modalidade. Buscamos viver o futebol como uma prática cultural, expressão de nossa identidade e povo, mas também como prazer, como lenda, instrumento de representação, paixão e gozação, claro, afinal, não existe o esporte sem isso. Tirar aquele “sarro” saudável do adversário vencido chega a ser tão bom quanto o próprio jogo.

Mas voltando a uma conversa mais séria, para nós a Copa é uma celebração do esporte que tem muito valor educacional. Todos os anos, por exemplo, realizamos festivais de modalidades esportivas. Em outubro iniciamos os festivais com Tênis de Mesa, Tênis de Quadra, Judô e Ginástica Rítmica, mas em breve realizaremos o festival de Futsal.

Este clima de troca, integração e vivência coletiva por meio do esporte é muito importante na ampliação das experiencias pessoais e na construção de afetos positivos, do amadurecimento das relações e da percepção de que a educação pode nos proporcionar uma mudança real de vida, algo que por vezes vai além da nossa própria capacidade de imaginar.

Sendo assim, estes momentos, a exemplo do que acontece em uma Copa do Mundo, são vividos com expectativa, paixão, dificuldade de se despedir, e é esse o fator mais especial do esporte: mexer com emoções contidas, liberar o grito, mover o corpo, encontrar as pessoas, encontrar um propósito para o qual devemos nos preparar, ansiar, imaginar, enfim.

O esporte nos mobiliza, nos representa e educa. Esperamos que neste ano possamos voltar a torcer juntos, sem divisões, pensando em um Brasil só, que é forte, que joga bonito. É assim que buscamos promover nossos festivais e a integração de nossos alunos e, olha, dá certo!

Uma boa sorte para nossa seleção e para o nosso Brasil!