[:pt]Jovens brasileiros e franceses reunidos em São Paulo, na Vila Albertina.[:]

Intercâmbio Brasil-França: iniciativa une educação, esporte e cultura para impactar juventudes

Saiba como foi a experiência dos jovens franceses na Fundação Gol de Letra durante o Intercâmbio Brasil-França 2024.  

O que começou com uma grande amizade entre Raí de Oliveira, instituidor da Fundação Gol de Letra, e Phillippe Oddou, co-fundador da ONG Sport Dans La Ville, resultou em uma parceria que conecta Brasil e França por meio da educação, esporte e cultura. 

Desde 2002, os jovens atendidos pelas duas organizações participam de um intercâmbio que acontece anualmente, com o objetivo de apresentar as ações e o contexto sociocultural em ambos os países. Em 2024, a iniciativa começa em um período marcante: três meses antes dos Jogos Olímpicos na França.  

Em abril, foi a vez de quinze jovens e três educadores franceses conhecerem o Brasil. Logo depois, no mês de  julho, oito jovens e dois educadores da Gol de Letra terão a oportunidade de visitar a França e a sede da Sport Dans la Ville, em Lyon, além de participar da abertura das Olimpíadas em Paris.  

“De modo geral, a proposta do intercâmbio é ampliar a percepção de mundo e o repertório cultural desses jovens. Este ano, estamos proporcionando a experiência de participar de um evento histórico no exterior. Fazer isso em comunidades que não têm acesso a serviços básicos, é garantir o direito de sonhar com novos horizontes”, resume Eduardo Brunello, Analista Socioeducativo do Programa Jogo Aberto.  

A imagem tem como objetivo ilustrar os jovens franceses e brasileiros reunidos em um acampamento de integração.
Os intercambistas franceses da Sport Dans la Ville e os jovens brasileiros da Fundação Gol de Letra reunidos no acampamento Paiol Grande para quatro dias de integração.

A seguir, confira os destaques da primeira metade do Intercâmbio Brasil-França 2024.  

Como funciona o intercâmbio Brasil-França? 

O primeiro passo é selecionar os participantes. Tanto na Gol de Letra quanto na Sports Dans la Ville, os educandos passam por processos internos de avaliação que servem como base para a seleção pré-intercâmbio. Alguns deles são: desempenho, participação nas atividades e envolvimento com a comunidade. 

No caso dos educadores, a seleção também serve como um reconhecimento. “Sem dúvida, os profissionais que são contemplados com a responsabilidade de acompanhar menores de idade em uma viagem para o exterior demonstra uma excelência pedagógica no trabalho com os jovens”, complementa Eduardo Brunello, que parte para sua terceira ida à França, em julho de 2024.  

Depois da seleção, as instituições entram em contato com os familiares dos jovens. Uma vez obtida a permissão dos responsáveis, começa a preparação para a viagem. Isso envolve trocas entre as equipes pedagógicas dos dois países para entender expectativas e orçamentos para criar um roteiro que cumpra o propósito de educar e integrar.  

Leia mais: Presidente da França conversa com jovens da Gol de Letra sobre intercâmbio 

Educadora da Sport Dans la Ville e educando da Fundação Gol de Letra.

Intercâmbio no Brasil: um país de contrastes  

Ao todo, a delegação francesa passou doze dias no Brasil. Além de visitarem pontos turísticos em São Paulo e no Rio de Janeiro, eles participaram de atividades nas sedes da Gol de Letra e de uma integração com os jovens brasileiros no acampamento Paiol Grande

Em 2024, a Gol de Letra se preocupou em posicionar os intercambistas franceses nos territórios nos quais atua. Para isso, a equipe realizou visitas nas comunidades e intensificou a participação em atividades de integração. De modo que os jovens tiveram a chance de vivenciar a diversidade cultural brasileira em diversas instâncias. 

“Certamente, conhecer as favelas foi uma das experiências mais marcantes que já tive. Apesar da França não estar livre da pobreza, aqui as desigualdades entre uma parte e outra da cidade são bem visíveis. Mas, mesmo diante de uma realidade tão difícil, as  pessoas ainda te recebem de braços abertos e sorrisos no rosto”, conta o intercambista de 16 anos, Chahine.  

Já Gabriel, 16, destaca as diferenças na configuração dos programas das duas organizações. “Na Sport Dans la Ville, as atividades são divididas por faixa-etária. Aqui, os jovens e as crianças praticam juntos, o que exige mais adaptação e flexibilidade. Também gostei de saber que a Gol de Letra atua nas escolas públicas,  fortalecendo o vínculo com a comunidade”, analisou o estudante.  

Por fim, a educadora Fanny declarou estar ansiosa para ver as mudanças que o intercâmbio vai desencadear após o retorno à França. “Agora, eles ainda estão processando tudo, mas esse é o tipo de experiência que muda a forma como enxergamos o mundo. É uma iniciativa muito rica do ponto de vista formativo”, conclui.  

Leia mais: Gol de Letra realiza o 1º Encontro de Inclusão Social pelo Esporte na França 

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