É dividindo que se multiplica. Desde 2009, a metodologia da Fundação Gol de Letra é disseminada e replicada em projetos parceiros por todo o Brasil, e também em uma missão de cooperação técnica na África.
O objetivo principal é contribuir para a qualificação da educação integral de crianças e jovens, por meio da implementação de projetos em outras organizações sociais e da capacitação de profissionais e atores sociais, na metodologia Gol de Letra de Esporte Educacional e de Participação. Práticas e experiências compartilhadas que possam contribuir para a transformação social.
Em 2016, houve a implementação e supervisão de projetos em três organizações localizadas em Brasília (DF), Embu das Artes (SP) e Guiné-Bissau (África). Ao todo, 120 professores e outros profissionais de ensino foram capacitados nas temáticas de Educação Integral, Esporte Educacional e de Participação.
Reforçando o poder multiplicador da Área de Disseminação, as três organizações orientadas atenderam a cerca de 600 educandos e contaram com aproximadamente 2.000 participantes em ações de esporte e lazer abertas aos familiares e às comunidades.
O curso “práticas e Desafios do Esporte Educacional” foi realizado em Embu das Artes (SP) e levou duas formações a 12 profissionais de parceiros da Gol de Letra e a cerca de 70 técnicos esportivos da Secretaria de Esportes da prefeitura local.
Já a missão “Jovens Lideranças para a Multiplicação de Boas Práticas Socioeducativas” permitiu, mais uma vez, a cooperação técnica entre os governos do Brasil e Guiné-Bissau, tendo como parceiros do país africano o Ministério de Educação Nacional, a Associação Amizade do Bairro São Paulo, e como representantes brasileiros a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Fundação Gol de Letra, escritório da Unesco no Brasil, Instituto Elos e Secretaria de Educação de Vitória (ES).
Um dos principais destaques do ano foi a produção do livro “Esporte em Comunidades: Disseminação Gol de Letra”, uma importante estratégia para a maior disseminação de conhecimentos. Na publicação, o esporte é tratado como um recurso insubstituível no processo educativo, que contempla e acrescenta na formação de um ser humano saudável desde a infância até a vida adulta. O material didático, que sistematiza nossas práticas, foi distribuído gratuitamente, em seis eventos e encontros institucionais; a versão online também foi disponibilizada no site da Fundação.
Como plano estratégico de lançamento e divulgação da publicação, a Gol de Letra realizou o “Encontro Esporte e Educação Integral”, em parceria com o Prêmio Unicef e o SESC SP, que reuniu cerca de 100 pessoas, entre profissionais de esporte e educação, e outros interessados na temática.
Em 2016, a questão da equidade de gênero, trabalhada pelo Programa Comunidades SP, foi também um tema muito debatido nas formações e supervisões realizadas pela Área de Disseminação. O grande desafio foi fomentar o diálogo sobre o tema, para que as diferenças não se transformem em desigualdades. Ao longo do trabalho realizado, identificou-se o Esporte como uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento e o empoderamento das meninas, jovens e mulheres.
Outra novidade do ano foi a consolidação de uma parceria que levará a Gol de Letra para a cidade de Rio Verde (Goiás), a partir de 2017. Surge assim o projeto “Esporte é Alimento”, em parceria com o Instituto BRF. A iniciativa vai proporcionar a construção de novos conhecimentos: a prática de atividade física e a alimentação como fontes de energia para um corpo ativo e em constante movimento.
Números e Destaques
120
profissionais capacitados
600
educandos atendidos pelas instituições parceiras
Equidade de Gênero como importante foco formativo
2.000
participantes em ações
de Esporte e Lazer abertas
aos familiares e comunidade
em geral
Lançamento do livro
“Esporte em Comunidades: Disseminação Gol de Letra”,
com 2 mil exemplares impressos
“Sou educadora há 10 anos na área de Educação Física escolar e dança. Depois de atuar na educação formal, esse ano tive a primeira oportunidade de atuar dentro de um projeto social. Para mim, o Ginga Social está sendo uma enriquecedora experiência, no qual posso enxergar o processo educacional de uma outra forma, digamos, uma visão mais ampla, na qual o esporte é visto como uma preocupação de inclusão e participação. A proposta do projeto aumenta a minha responsabilidade em contribuir cada vez mais para a transformação desses educandos. Viramos de certa forma uma “família”, criamos vínculos afetivos com nossos educandos através de trocas de experiências durante as atividades e, a partir desse prisma, vamos conhecendo o contexto social de cada um. A união da equipe em prol de um trabalho eficiente também é bastante motivadora”.
Katia Cristina Fonseca, educadora Ginga Social Brasília/DF
“Meu nome é Jamily, tenho 9 anos e faço esportes aqui em Embu. Eu amo o que eu faço, já fiz vôlei, flagball, ou seja, futebol americano adaptado, e agora estou fazendo basquete. Mas o que mais gostei foi o basquete, porque nem tinha ideia que existia no Brasil. Agora estou interessada em aprender mais e mais sobre esse esporte e quero ir até minhas dúvidas acabarem, e depois, poder aprender outras modalidades”.
Jamili Pereira dos Santos, 9 anos, educanda do Ginga Social Embu das Artes/SP