A educação tem o poder de abrir portas, transformar trajetórias e resgatar sonhos. A história de impacto de Gilda Gonçalves Freire, participante da Fundação Gol de Letra, mostra de forma real e inspiradora como o acesso à formação e ao conhecimento pode mudar destinos, não apenas de indivíduos, mas também de comunidades inteiras.

Neste artigo da série História de Impacto Fundação Gol de Letra, vamos conhecer a jornada de Gilda Freire, mulher obstinada que superou desafios pessoais e sociais para se tornar estudante universitária, pesquisadora e referência de inspiração para outras mulheres.

Do Nordeste ao Caju: desafios de uma nova vida

Em 2016, Gilda Freire se mudou da cidade de Santa Quitéria, no Ceará, para a comunidade portuária do Caju, no Rio de Janeiro. Ela chegou cheia de expectativas e vontade de construir uma nova vida para suas duas filhas.

Foi nesse território marcado por vulnerabilidades sociais que ela montou um pequeno negócio: a venda de “quentinhas”, que garantiu o sustento da família por alguns anos.

Porém, em 2020, com a chegada da pandemia de Covid-19, sua vida virou de cabeça para baixo. Como resultado, a cozinha fechou, a renda desapareceu e, de forma devastadora, Gilda perdeu um terço de seus familiares para o vírus.

Dessa forma, o luto, a instabilidade financeira e a falta de perspectivas a levaram a um quadro depressivo.

O encontro com a Fundação Gol de Letra

Apesar disso, em meio a tantas dificuldades, Gilda encontrou na Fundação Gol de Letra um novo caminho. Ela se inscreveu no curso de formação para Agentes Sociais, que prepara mulheres para atuarem como lideranças comunitárias, capazes de fortalecer vínculos locais e mobilizar mudanças sociais.

Não foi fácil. Para ser aprovada, era preciso ter concluído o Ensino Médio – e essa exigência a motivou a retomar os estudos depois de anos afastada da escola.

E a trajetória não parou aí: após concluir o Ensino Médio, com o apoio da equipe pedagógica da Fundação Gol de Letra descobriu novos talentos, como desenho e escrita, e uma verdadeira paixão: o Serviço Social.

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Da formação ao ensino superior

A trajetória de Gilda deu um salto transformador. Ao retomar os estudos e mergulhar na formação de Agente Social, ela passou a acreditar em novas possibilidades para o futuro. Com dedicação, participou do pré-vestibular comunitário da Gol de Letra e foi aprovada no vestibular para Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Hoje, aos 53 anos, ela cursa o sexto período, é bolsista de iniciação científica da FAPERJ no projeto Mães Cientistas, e integra a pesquisa REPENNSSE (Rede de Pesquisadoras em Políticas Públicas e Serviço Social em Saúde e Educação). A

Além disso, já publicou artigos, participa de seminários e palestras, e dedica-se a incentivar outras mulheres a retomarem os estudos e acima de tudo a acreditarem em seu potencial.

O papel da educação integral na mudança de trajetórias

A experiência de Gilda reflete a essência do trabalho da Fundação Gol de Letra, que desde sua criação defende a educação integral como ferramenta de transformação.

Mais do que preparar para o mercado de trabalho, os programas da Fundação ajudam a desenvolver autoestima, autonomia, repertório cultural e social, além de abrir caminhos para a construção de projetos de vida.

Dessa forma, o impacto da educação na vida de Gilda ultrapassa sua história pessoal. Hoje, ela atua como multiplicadora de conhecimento, inspira mulheres da comunidade e fortalece uma rede de transformação social que continua crescendo.

Inspiração para outras mulheres

Aos olhos de Gilda, voltar a estudar não foi apenas uma escolha prática, mas um ato de resistência. Sua história mostra que nunca é tarde para recomeçar, buscar novas oportunidades e dessa maneira transformar a dor em força.

Desse modo, como mãe, avó, estudante e pesquisadora, ela é um exemplo de que a educação pode reconstruir caminhos e gerar impacto coletivo.

Conclusão: quando a educação transforma, todos ganham

A jornada de Gilda Freire é um retrato vivo de como a educação pode transformar vidas. De vendedora de quentinhas à pesquisadora universitária, sua história é marcada pela coragem, pela superação e pelo compromisso com a liderança comunitária.

Dessa maneira, histórias como a de Gilda reforçam a importância da atuação da Fundação Gol de Letra em territórios vulneráveis, oferecendo oportunidades que ajudam jovens e adultos a acreditarem em seu potencial e construírem um futuro mais justo e inclusivo.

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