Conhecer territórios diferentes, pessoas, hábitos e a cultura de outros países são vivências extremamente enriquecedoras para a ampliação da visão de mundo e do repertório cultural de adolescentes e jovens.Uma sólida parceria entre a Fundação Gol de Letra e a associação francesa Sport DanslaVille, que teve início em 2002, proporciona anualmente a transformadora experiência de intercâmbio de jovens entre Brasil e França.
Em 2015, quatro educandos tiveram a oportunidade de participar deste projeto (dois jovens do RJ e dois de SP), além de uma educadora que os acompanhou. Durante 15 dias, entre o final de julho e início de agosto, os brasileiros visitaram pontos turísticos, históricos e culturais de Paris, como a Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Museu dês Invalides e EuroDisney; e também Lyon e arredores, cidade sede da Sport DanslaVille.O convívio com o grupo de outro país foi intensificado durante alguns dias de acampamento, no qual a integração é a palavra-chave. Nessa experiência, o esporte também é utilizado como uma ferramenta educativa, uma vez que diferentes vertentes esportivas e costumes são trabalhados por meio de jogos típicos do Brasil e da França.
Já a etapa França-Brasil aconteceu durante o mês de abril e contou com a vinda de 10 jovens e 2 educadores franceses, que visitaram Rio de Janeiro e São Paulo.Pão de Açúcar, Praia de Copacabana, estádio do Vasco da Gama, Avenida Paulista, Museu do Futebol e estádio do Morumbi foram algumas das atrações visitadas. Assim como na França, o grupo se reuniu para um acampamento e aproveitou dias de muita diversão com trilha, canoagem, tirolesa e muitas atividades ao ar livre.
A experiência do intercâmbio propiciou aprendizado, cooperação, amizade, noção de coletivo, respeito e convívio com a diferença.Conhecendo línguas, pessoas, costumes e lugares diferentes, os jovens podem reconhecer melhor seu país natal e valorizar a diferença entre as culturas, por mais distintas que sejam.
A estudante Agatha Moreira, de 18 anos, e com sete anos na FGL, traduz sua alegria em lágrimas. “Só de lembrar como foi, me dá vontade chorar", conta. "Essa viagem abriu meus olhos. Vi que o mundo não gira em volta de mim, que eu preciso das pessoas, assim como elas precisam de mim. Conheci um pouco mais sobre as culturas, tanto a da França como a do Rio de Janeiro". Ela até desenvolveu capacidades peculiares. "Foi ótimo. Amei cada um dos companheiros desta viagem. Aproveitei ao máximo. Até dormi em pé para fazer algumas atividades!! Obrigada a todos.”
Para Flávio Moreira, de 39 anos, pai da Agatha Moreira, a experiência da filha o deixa "sem palavra". “Não tenho como descrever esse momento. A conquista é totalmente dela!", comemora."Quantas vezes ela saía da Gol de Letra, onde era monitora de esportes, e chegava em casa dizendo: “Um dia vou pra França, pai!!!”. Ele reconhece o esforço da filha e já tem outra torcida. "Ela se dedicou em acompanhar os professores. Agora tenho outro filho também na Fundação jogando tchoukball. Se ele for selecionado, será muito bom!”.
68
jovens foram atendidos pelo programa de intercâmbio em 2015, sendo 14 de forma direta
e 54 indiretamente.
30
dias de atividades, 15 na França e 15 no Brasil
250
jovens já participaram do intercâmbio desde o início do projeto, sendo 140 franceses e 110 brasileiros
“Ter participado do intercâmbio foi maravilhoso. Todo o convívio com os jovens franceses e brasileiros foi muito bom! Essa viagem significou muito para mim. Consegui voltar pro Brasil mais maduro, e enxergando o meu país por um outro lado, valorizando mais as minhas origens".
Douglas Dias Pacheco, 17 anos, 3º ano do Ensino Médio,
seis anos na FGL
“Acho que a experiência do intercâmbio ultrapassa, e muito, conhecer outro país. Significou, para mim, o desafio de manter um grupo de pessoas fortalecido e atento ao convívio coletivo e olhar crítico. Estarmos ali, ao mesmo tempo em que se apresentava como uma experiência de troca maravilhosa - novos contatos, histórias, raízes, memórias - representava também a necessidade de nos apoiarmos uns nos outros, nos enxergando como coletivo, como uma família, durante quase 20 dias. Isso mostrou que nos entendemos melhor em contato com o que é diferente. A França esteve o tempo todo como cenário - e que cenário -, dessa experiência que transcendia o espaço: as relações estabelecidas entre nós mesmo, nós e jovens franceses muçulmanos, educadores, foi o que mais valeu dessa experiência. Para isso, os dias iniciais que passamos em Paris serviram para construirmos nossa identidade como grupo, nos fortalecendo e começando a compreender a cultura que iríamos imergir dali para frente. Só tenho muito a agradecer a esses jovens que confiaram em mim para guiar essa experiência, e toda a equipe da Fundação que esteve nos bastidores.”
Diane Boda, 27 anos, educadora da FGL